segunda-feira, 24 de outubro de 2016

punhal

Não éramos um horror sem fim, horror é esse desamor em praça pública.

domingo, 23 de outubro de 2016

perfurocortante

Nenhuma dor que tenha sentido junto à você se compara a que sinto estando longe.

sábado, 22 de outubro de 2016

balangandans

A atividade dos últimos dias foi correr ao seu encontro. Fosse quatro da manhã, oito ou uma da tarde, hora que fosse, corria lá. Os motivos confusos na sua cabeça eram só um na minha, o meu amor. Fui atrás usando pés e palavras, nenhum surtiu efeito, me recolhi. Que seja o que for pra ser e falo isso sem segurança nenhuma, tenho medo do desperdício. Aceito, porque é o que me cabe, dependesse de mim, estava nela agora.

nem

O que faço com as minhas fronhas impregnadas de azul e roxo? 
Água, cloro, fogo, nada desbotará as cores que fizeram meus dias tão felizes, tão cheios de vida, tão cheios de amor.
Já doemos antes, mas não sem reverter em riso cada lágrima derramada.
Dizem que não basta o amor e eu pergunto: sem amor, basta?
Calmaria sem o peito cheio adianta?
Peito cheio sem calmaria, sim.
Dói? Dói.
Machuca? Machuca.
O tempo inteiro? Não.
Peito vazio é nada o tempo inteiro. 

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

loop

Tudo virou outra coisa, tudo: eu, você, o que fomos, o que somos e o que não seremos.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

pale

Havia um tempo em que uma linha tênue, porém firme, nos rodeava, nos protegia, nos preservava. Dentro ali, quase tudo era passível de acontecer, mas dentro daquele limite, não havia coisa sequer que não fosse reversível, remediável, recuperável, reamorável. 
Um dia, ultrapassamos a tal linha, desfizemos o pacto silencioso, rompemos a barreira do amoroso e, a partir de então, tudo demorou mais a voltar ao eixo. Agora quase nada é reversível, remediável, recuperável, reamorável.
E foi assim que começamos a desbotar. 

terça-feira, 18 de outubro de 2016

ladainha

Você se despede, enquanto eu forro sua cama.
Você me esquece, enquanto eu molho suas plantas.
Você me fere, enquanto eu faço sua agenda.
Você me ignora, enquanto eu lavo sua roupa.
Você me culpa, enquanto eu fecho minha porta.